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Ordem dos Frades Menores Observantes  

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  • Observantes

Scope note

  • Em Itália, várias correntes cenobíticas, se foram insurgindo contra as prerrogativas dadas aos Franciscanos Conventuais, muito distintas do ideal protagonizado por São Francisco, definido inequivocamente na regra e no seu Testamento. Assim, surgiram, sucessivamente, vários núcleos reformistas, embora efémeros, como os dos Cesarenos (Frei Cesareo, 1236), Clarenos (Frei Clareno, 1294), Coletanos (Santa Coleta de Corbié) e Amadeus (Amadeo) (JOSÉ, vol. I, 1760, p. 24). Estes movimentos eram veementemente defendidos pelos frades franciscanos mais proeminentes, como São Bernardino de Siena, São João de Capristano e São Jácome de Marca. De entre estes grupos, surgiu uma corrente mais forte, iniciada por Frei Paulo de Trincis, que germinou e deu origem aos denominados Franciscanos Observantes, com forte expansão após 1368. Estes seguiam integralmente a Regra, praticavam a austeridade e a pobreza na simplicidade dos edifícios, privilegiavam a oração mental e a pregação popular e localizaram-se geralmente em ermos ou meios rurais. A via Observante chegou a Portugal cerca de 1392, através de vários monges que haviam saído de Santiago, região que permanecia adepta da corte de Avinhão, para apoiar o papa de Roma, os responsáveis pela fundação dos primeiros conventos da via observante em Portugal, autorizada por bula de Bonifácio IV, datada de 6 de abril de 1392. O crescimento do mundo observante e a proliferação de cenóbios, levou à necessidade de estabelecer regras de funcionamento e à criação de mecanismos que possibilitassem a comunicação e as relações entre todos eles; neste sentido, foi solicitado, em 1407, ao Provincial dos Claustrais, dos quais eram dependentes, um vigário que assumisse estas tarefas, o que foi diferido a 23 de setembro de 1415, no Concílio de Constância. A partir desta data, os Observantes passaram a ter vigários provinciais e um Geral, independente do Ministro dos Claustrais. Perante o crescimento e a popularidade atingida pelos Observantes, os Conventuais, receosos, solicitaram e obtiveram do Papa Martinho V, em 1430, no Capítulo Geral de Assis, a extinção dos vigários provinciais e um retrocesso significativo no seu crescimento, regressando à dependência primitiva. O grande avanço na prevalência da corrente Observante começou com o papado de Eugénio IV, quando, em 1446, receoso do desaparecimento desta via mais pura, que se aproximava aos ideais de São Francisco, ordenou que passassem a eleger os seus próprios vigários, que se tornavam autónomos e necessitavam, apenas, de uma confirmação por parte dos Conventuais. No seguimento desta política de apoio papal, indubitavelmente pressionada pelas várias cortes europeias, ansiosas por reformas nos conventos e mosteiros, os Observantes tornaram-se, em 1453, completamente autónomos. Vários escritos surgem em defesa da linha observante, nomeadamente a Arbor Vitae, de Ubertino da Casale, com primeira edição de cerca de 1485, e o Apocalypsis Novo, do Beato Amadeu, datado de 1482, ambas defendendo o ideal de pobreza e a oração individual e imitação de Cristo, como formas para atingir a salvação. Esta movimentação entre os pensadores e teólogos da época, levou a uma evolução da situação que se vivia entre os Conventuais e os Observantes. Assim, o Papa Leão X, em 1517, inverteu a situação anterior e ordenou que os claustrais passassem a depender dos Observantes. A Província Observante de Portugal, agora criada, passou a ter a sua sede no Convento de São Francisco de Lisboa, tendo vinte e sete conventos e sete mosteiros, tendo sido, a pedido de D. João III, em 1532, dividida em duas províncias, a de Portugal e do Algarve, denominados Xabreganos, por terem a casa mãe no Convento de Xabregas, em Lisboa. Conventos masculinos: São Francisco de Alenquer (1216-1834), São Francisco da Cidade (1217-1834), São Francisco da Ponte, em Coimbra (1218-1834), São Francisco do Porto (1233-1832), São Francisco de Leiria (1234-1834), São Frutuoso da Covilhã (1235-1834), São Francisco da Guarda (1236-1834), São Francisco de Estremoz (1239-1834), São Francisco de Santarém (1242-1834), São Francisco de Évora (1224-1533), São Francisco de Portalegre (1266-1533), São Francisco de Bragança (1271-1834), São Francisco de Lamego (1271-1568), São Francisco de Beja (1272-1533), São Francisco de Tavira (1320-1834), São Clemente das Penhas, em Matosinhos (1392-1482), Santa Maria da Ínsua (1392-1565), Santa Maria de Mosteiró (1392-1565), São Francisco do Monte de Viana do Castelo (1392-1565), São Paio de Vila Nova de Cerveira (1392-1834), Santo António da Castanheira (1402-1565), São Francisco do Monte, em Orgens (1407-1565), Santa Catarina da Carnota, em Alenquer (1408-1565), São Francisco de Setúbal (1410-1533), Nossa Senhora das Virtudes (1419-1834), Santa Cita, em Asseiceira (1423-1834), São Francisco de Estremoz (1425-1533), Espírito Santo de Gouveia (1433-1834), Santa Cristina da Póvoa, em Tentúgal (1437-1834), São Francisco de Valbom (1443-1533), Nossa Senhora da Estrela de Marvão (1448-1533), São Bernardino em Atouguia da Baleia (1451-1533), Bom Jesus de Peniche (1452-1533), Santa Maria de Jesus de Xabregas (1455-1533), Santo António do Varatojo (1474-1532), Nossa Senhora da Conceição de Matosinhos (1476-1834), Santo António de Campo Maior (1474-1533), Santo António de Ponte de Lima (1480-1565), São Francisco de Montemor-o-Novo (1496-1533), Santo António de Serpa (1502-1533), Santo António de Sines (1504-1533), Nossa Senhora do Loreto de Santiago do Cacém (1505-1533), Santo Onofre da Golegã (1515-1834), Santo António de Faro (1516-1533), Santo António do Pinheiro da Chamusca (1519-1565), Nossa Senhora da Encarnação de Vila do Conde (1522-1834), Santo António de Alcácer do Sal (1524-1533), Espírito Santo do Cartaxo (1525-1834), Santo António de Ferreirim (1525-1834), Santo António de Tevarede (1526-1834), Santo António de Cascais (1527-1533), Santo António de Odemira (1531-1533), Bom Jesus de Valhelhas (1548-1834), Santo António de Trancoso (1568-1834), Santa Catarina dos Mártires, em Alenquer (1623-1834), São Francisco de Tomar (1625-1834), Nossa Senhora da Porta do Céu, em Telheiras (1632-1833), São Luís de Montemor-o-Velho (1645-1834); surgem ainda, o Colégio de São Boaventura, em Coimbra (1530-1834). A via feminina tinha os seguintes conventos: Santa Clara de Entre-os-Rios (1258-1427), Santa Clara de Santarém (1258-1903), Santa Clara de Coimbra (1286—1886), Santa Clara de Lisboa (1292-1755), Santa Clara de Vila do Conde (1318-1902), Santa Clara de Beja (1345-1533), Santa Clara da Guarda (1346-1885), Santa Clara de Portalegre (1377-1533), Santa Clara de Estremoz (1425-1533), Santa Clara do Porto (1427-1900), Nossa Senhora da Conceição de Amarante (1449-1861), Santa Clara de ?vora (1458-1533), Nossa Senhora da Conceição de Beja (1459-1533), Santa Iria, em Tomar (1467, 1523-1835), Santa Clara de Jesus em Setúbal (1490-1533), Nossa Senhora dos Campos, em Sendelgas (1495-1891), Madre de Deus de Xabregas (1508-1533), Bom Jesus de Monforte (1513-1533), Santa Clara de Moura (1520-1533), Nossa Senhora da Conceição de Elvas (1526-1533), Chagas de Vila Viçosa (1530-1533), Madre de Deus de Monchique, em Miragaia (1535-1835), Espírito Santo de Torres Novas (1536-1828), Nossa Senhora da Piedade, em Lisboa (1536-1888), Nossa Senhora do Couto (1539-1868), Santa Clara de Trancoso (1540-1864), Nossa Senhora da Anunciada, em Castanheira (1541-1890), Nossa Senhora da Piedade de Braga (1547-1883), Nossa Senhora da Conceição de Alenquer (1555-1811), São Francisco de Vale de Pereiras (1560-1864), Nossa Senhora das Misericórdias de Caminha (1561-1889), Santa Ana de Lisboa (1561-1884), Nossa Senhora do Loreto, em São Vicente da Beira (1564-1839), Madre de Deus de Vinhó (1573-1862), Nossa Senhora da Conceição da Ribeira, em Sernancelhe (1575-1893), Nossa Senhora dos Poderes, em Vialonga (1575-1834), Nossa Senhora da Esperança de Abrantes (1583-1828), Nossa Senhora da Consolação em Figueiró dos Vinhos (1591-1835), Monte Calvário, em Lisboa (1618-1828), Madre de Deus de Guimarães (1693-1888).

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URI

http://vocabs.rossio.fcsh.unl.pt/tesauro-sipa/c_2cb0e28a

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