Skip to main content

Search from vocabulary

Content language

Concept information

Preferred term

Praça (Largo)  

Scope note

  • Espaço público livre e amplo, de forma regular. Resultado da intenção de racionalizar o traçado urbano e de ciar o espaço central e nobre na cidade. Associada geralmente a um ou mais edifícios importantes, civis ou religiosos, é um espaço polivalente e centro nevrálgico da vida pública. Os primeiros espaços urbanos pensados enquanto lugares para a vida pública, com funções equivalentes às da praça, apesar de encerrarem conceitos arquitetónicos e urbanísticos díspares, foram os ágora gregos e os forum romanos. Ambos correspondiam ao conceito de espaço central, onde se concentravam o poder cívico e religioso. Nos países ocidentais a evolução da praça pode ser traçada em três grandes fases, salvaguardando as diferenças cronológicas dos acontecimentos de país para país. As cidades medievais, só em Itália conheceram espaços que se podem identificar como praças irregulares. Só no final da idade média a intensificação da vida urbana começou a gerar noutros países a necessidade de espaços alternativos à rua. Em França surgiu o termo place para espaços públicos com características funcionais e espaciais idênticas à piazza italiana desta época, que em Portugal correspondem ao conceito de largo. Geralmente associadas a um edifício importante civil ou religioso, eram espaços de encontro e de comércio. As de menor dimensão, no centro da cidade acolhiam pequenos mercados diários. Paralelamente junto a uma porta da cidade outras de maior dimensão estavam reservadas aos grandes mercados periódicos, que encontram correspondência ao conceito de rossio em Portugal. A praça geométrica racionalista surge na cidade do renascimento em Itália, difundida por toda a Europa durante os séculos XVI, XVII, XVIII. Estes espaços estavam ligados ao conceito de beleza e à imagem do poder político. Eram fruto da conceção de um arquiteto, com fundamentos teóricos vinculados em tratados urbanísticos e não mais uma ocorrência espacial e funcional mais ou menos espontânea. A praça do renascimento adquire funções cénicas, de embelezamento do espaço urbano e vincula a mensagem do poder e da razão. A imagem de marca que insere sobrepõe-se à sua função enquanto espaço fruição comunitária. Em Portugal a inclusão da praça e do racionalismo no desenho urbano surgiu com as regras urbanas pombalinas, que conheceram o seu expoente na reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755. Com a era da industrialização as cidades foram confrontadas com novos conceitos de espaço urbano. A praça com valor estético e monumental desaparece dos novos planos de cidade para dar lugar a praças com uma maior vertente funcional. Passa a surgir como espaço de circulação e distribuição do tráfego ou como espaço livre vocacionado para a fruição de uma área de ar livre no interior de tecidos urbanos muito densos. A praça do século XIX e XX assume novas características, em função da introdução de zonas verdes, concedendo-lhes o carácter de espaço de lazer e em função do tráfego automóvel, com a introdução do conceito de tabuleiro central que divide tipos de circulação e separa áreas funcionais. Referência espacial urbana e local de encontro, caracteriza-se pela contenção espacial, formada por frentes urbanas que podem ou não ter um traçado regulador, e por conter programas monumentais como por exemplo estátuas, fontes, cruzeiros e coretos. A existência da praça não condiciona forçosamente a existência de um programa arquitetónico que a contenha exceto em tipologias como as Plaza Mayor espanholas. Na história da evolução urbana da cidade, a praça tem assumido uma maior especialização funcional: a praça ligada ao poder político-administrativo onde se encontra a câmara ou outro edifício público marcante, marcada pelo pelourinho, a praça ligada à religião, com a presença de uma igreja e frequentemente com um cruzeiro, a praça com funções comerciais e, mais recentemente, praças com funções relacionadas com os transportes. O espaço da praça funciona no contexto urbano com o ponto de chegada de uma estrutura viária sua subsidiária, como polo de convergência e consequentemente como ponto de distribuição da circulação. No centro fica a praça, o lugar nobre que unifica os espaços públicos envolventes e confere o carácter de comunidade pela sua génese de espaço de encontro. A presença de um ou mais edifícios notáveis, não só define aspetos funcionais como hierárquicos na estrutura urbana. A Igreja, o palácio, a casa da câmara, o tribunal ou o banco, são exemplos de condicionadores da utilização do espaço da praça e dos espaços que a envolvem. O surgimento de novas praças nos tecidos urbanos de expansão dos séculos XIX e XX, alterou naturalmente a dependência da praça da presença de edifícios notáveis. O urbanismo moderno tende a não contemplar a praça nos seus planos e ensaia soluções alternativas para a criação de novos espaços públicos.

Belongs to group

In other languages

URI

http://vocabs.rossio.fcsh.unl.pt/tesauro-sipa/c_1627d596

Download this concept: